domingo, 4 de setembro de 2011

EXERCÍCIOS NA GRAVIDEZ

Os benefícios proporcionados pela prática de exercícios físicos já são bem conhecidos por nós. No entanto, exercitar-se durante a gravidez ainda deixa algumas pessoas ressabiadas pelos riscos que isso pode causar tanto pra mãe quanto para o bebê.
Até algum tempo atrás, esse assunto era um tabu e não era muito bem visto inclusive por médicos. Hoje em dia o quadro é bem diferente, e a atividade física passou a ser bastante recomendada para mulheres nessa situação, desde que sejam respeitados alguns parâmetros que falaremos a seguir.
As alterações fisiológicas associadas à gravidez fazem com que seja imprescindível uma avaliação dos riscos obstétricos antes de se engajar em exercícios físicos regulares. No entanto, estudos atuais indicam que as mulheres saudáveis e com uma gravidez sem complicações não necessitam limitar seu exercício pelo temor de efeitos adversos, desde que siga as determinações médicas e do professor de educação física.
Mulheres que já praticavam atividades físicas antes e tem uma gravidez perfeita, podem continuar com seu programa de treinamentos sem grandes modificações. Recomenda-se apenas diminuir um pouco o volume e a intensidade do treinamento (caso este seja longo e intenso), não exceder nunca seus próprios limites e excluir do seu treino qualquer atividade que tenha contato físico, grandes impactos ou qualquer risco de desequilíbrio e queda. Já mulheres que não praticam exercícios físicos normalmente, mas que no momento da gravidez pretendem iniciar esta prática, recomenda-se esperar ao menos as 12 primeiras semanas de gestação, já que o feto está em formação, seu corpo passa por significativas mudanças fisiológicas e o inicio da pratica de exercícios a submeteria a ainda mais mudanças, o que não é bom nem pra mãe nem pro bebê. Neste período recomendam-se apenas exercícios de respiração e relaxamento. Passando esse tempo, estando à gravidez em perfeitas condições, iniciam-se os exercícios, de forma bem leve e gradativa, aí sim visando, entre outras coisas, força, alongamento e boa postura, chegando a esforços moderados, não mais do que isso.
Muito se fala na hidroginástica como recomendada para gestantes e isso é a mais pura verdade. Esta atividade é ótima, porém nos dias de hoje não é a única que pode ser feita por mulheres nesta fase. Um profissional de educação física bem preparado é capaz de oferecer a mulher grávida um leque muito grande de atividades dentro e fora d’água como, natação, caminhada, musculação, alongamento, ioga, entre outros, de acordo com cada fase da gravidez e seguindo todos os cuidados e recomendações.
Muitos desconfortos comuns na gravidez, como a tendência à formação de varizes e dores nas costas podem ser aliviados pela prática de exercícios. As grávidas podem aumentar a resistência cardiorrespiratória e a resistência muscular, o que ajuda durante o trabalho de parto (principalmente no parto normal) e também fortalece e tonifica os músculos mais afetados durante a gestação: os músculos da cintura pélvica, os abdominais e os lombares. A manutenção de uma boa postura, a prevenção de uma possível incontinência urinária, a melhora na circulação sanguínea (reduzindo assim o inchaço e as câimbras nas pernas), o aumento da imunidade, a diminuição do risco de se obter a diabetes gestacional (condição que afeta em torno de 5% das gestantes) e a sensação de bem estar são mais alguns dos inúmeros benefícios que os exercícios podem proporcionar a gestante.
Aqui vão algumas dicas que devem ser seguidas de uma forma geral por gestantes ao praticar exercícios físicos:
·   Escolha uma roupa bem confortável, sem pressionar a barriga e que facilite a transpiração;
·   Beba água antes, durante e depois dos exercícios a fim de prevenir a possibilidade de um aumento na temperatura corporal, que não deve ultrapassar 38,5ºC;
·   Escolha lugares ventilados e horários de menos calor;
·   Evite exercícios com mudanças de direções bruscas ou giros e de alto impacto, evitando riscos de quedas e lesões;
·   Evite exercícios de maior intensidade, como saltos e corridas;
·   Realizar apenas exercícios com intensidade de leve a moderada, não ultrapassando 70% de sua Freqüência Cardíaca Máxima (220 – idade = 100%);
·   Não prenda a respiração durante o exercício;
·   Evitar exercícios em que você os faça de barriga pra cima, principalmente os de séries longas;
·   Não realizar exercícios estando à barriga pressionada, principalmente após o 1º trimestre de gravidez;
·   Realizar exercícios ao menos 3 x por semana por no mínimo 30 min, podendo realizá-los até todos os dias, dependendo do preparo físico da mulher;
·   Interromper imediatamente a prática esportiva se surgirem sintomas como dor abdominal, cólicas, sangramento vaginal, tontura, náusea ou vômito, palpitações e distúrbios visuais;
·    Seguir o programa de exercícios específicos feito para você, pois cada situação deve ter seus cuidados independentes;
·   Não realizar exercícios estando mal alimentada, evitando assim problemas como a hipoglicemia.
A alimentação é parte primordial neste processo, já que agora a mãe se alimenta por 2. De forma geral, a gravidez requer uma quantidade adicional de 300 kcal/dia para que seja mantido o equilíbrio metabólico. Portanto, é necessário ingerir essas calorias adicionais para atender as necessidades tanto da gravidez quanto dos exercícios.
Muitas das alterações fisiológicas associadas à gravidez persistem por 4 a 6 semanas após o parto. Os programas de exercícios pós gravidez devem ser reiniciados gradualmente, dependendo se o parto foi normal ou cesariana, das complicações do parto e dos sintomas físicos. Em relação à amamentação, o exercício não oferece efeitos prejudiciais sobre a lactação, seja em termos de composição e volume do leite ou de saúde materna.
Portanto, futura mamãe, não fique em casa esperando a hora do parto. Mexa-se, tenha como objetivo principal o bem-estar deste que está para chegar e colha os benefícios dos exercícios físicos, além de proporcionar ao seu bebê um período de gestação bastante saudável e seguro.

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